Para quem me acompanha por aqui já sabe o quanto eu sofro com crises de enxaqueca, e por muitos seguidores se identificarem com essa condição eu decidi trazer mais informações sobre o assunto.
No Brasil, os distúrbios mentais são responsáveis por altas taxas de incapacidade com incidência de 9,3% nos quadros de depressão e 7,5% por ansiedade.
Mas qual a associação entre os transtornos mentais e a enxaqueca?
Se você tem enxaqueca, fique atento!
Muito subestimada, a doença invisível, tem um impacto devastador e está intimamente relacionada e associada a uma ampla variedade de comorbidades.
Dos diversos tipos de enxaqueca, a crônica é a que mais apresenta frequência de associação com outras doenças psiquiátricas.
A depressão é um dos transtornos mais comuns em pacientes com enxaqueca regular.
Estudos revelam que quem é acometido pela doença neurológica tem 2,5 vezes mais chances de sofrer com depressão em comparação aos que não a possuem.
E a ligação entre enxaqueca e transtorno depressivo é ainda mais intensa em pacientes com enxaqueca com aura.
E uma informação curiosa: a relação entre enxaqueca e depressão parece ser bidirecional, ou seja, a enxaqueca (enquanto dor crônica) pode desencadear a depressão e vice e versa.
Não existe ainda evidências científicas comprovadas de que o controle da depressão ajuda no controle da enxaqueca, mas é muito importante identificar e tratar a depressão e ansiedade em pacientes com enxaqueca porque essas doenças são fatores determinantes para predisposição da enxaqueca.
Apesar de menos incidente, ansiedade também merece atenção.
Isso porque mais da metade dos pacientes reúnem pelo menos um tipo de transtorno, sendo os mais comuns:
transtorno de ansiedade generalizado (TAG), transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e síndrome do pânico.
Pacientes que sofrem com enxaqueca com aura também têm 3 vezes mais chance de ter transtorno afetivo bipolar em relação à população geral e, por analise de dados é importante dizer que cerca de um terço dos pacientes com transtorno afetivo bipolar têm enxaqueca.
Mesmo com avanços científicos, tratamento ainda é um desafio.
O tratamento de doenças neurológicas é difícil, há falta de informações sobre a existência de profissionais especializados, faltam também medicamentos essenciais na rede pública, sem falar no certo preconceito que ainda existe diante das doenças, o que pode resultar em uma carga ainda maior emocional.
Os medicamentos disponiveis atualmente para o tratamento da enxaqueca não têm ação específica na doença.
Mas, recentemente, uma nova classe de medicamentos foi descoberta e são capazes de bloquear diretamente o ciclo da doença com atuação de prevrnção do início e/ou ocorrência das crises.
Esse Blog não tem como objetivo fazer nenhum diagnóstico, os conteúdos aqui são apenas com base em pesquisas que faço dentro de artigos científicos e trago com melhor acessibilidade para ajudar voces.
